terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Falsa apropriação dos videojogos


O tema que vos trago hoje está relacionado com os videojogos e a sua falsa apropriação. Como sabemos, os videojogos são hoje um processo comunicativo capaz de mobilizar grandes massas e capaz de marcar a diferença no panorama mediático atual. Começou por ser uma indústria para os mais novos ao fabricar produtos que se assemelhavam a brinquedos para crianças (era assim que a sociedade encarava este meio) e acabou por se tornar numa forma de cultura que trabalha a arte e cria várias experiências particulares que não existem em mais nenhum meio.
Todo este poder, por vezes, acaba em polémica. Jogos com muita violência, por exemplo, acabam em notícias mediáticas que abrangem assaltos, assassínios e suicídios. Os jogadores apropriam de forma errada as mensagens transmitidas e realmente existe a possibilidade de estes confundirem o mundo virtual com o mundo real e trazerem consigo os dilemas, sentimentos e frustrações para as suas vidas.
Um grande problema relacionado com esta questão (na minha opinião é o maior problema assistido nesta indústria) é o desrespeito pelas indicações mínimas de idade. Todos os videojogos contam com esta indicação que se baseia nos graus de violência, tensão, complexidade da narrativa, entre outros aspetos importantes. Porém, para os mais jovens, estes videojogos para adultos são muito tentadores e normalmente os pais acabam por ceder às vontades dos filhos. O que sucede depois é óbvio, as crianças são expostas a imagens gráficas que não condizem com a sua idade e os seus comportamentos irão ser afetados futuramente.
O exemplo de videojogo que mais demonstra esta situação é o GTA (Grand Theft Auto). Lançado em 1997, já conta com várias criações. Este videojogo está relacionado com o mundo do crime e o seu objetivo consiste na maioria das vezes em matar, agredir, roubar ou até explodir com qualquer coisa. É alvo de muito sucesso e para além de ser para a população com idade superior a 18 anos, a maioria do seu público é bem mais jovem.
Lembro-me da primeira criação deste videojogo que não continha tanta violência. Deixo-vos uma fotografia:

GTA1

Por a qualidade gráfica do primeiro videojogo podemos concluir que o avanço da tecnologia não tem só coisas positivas, muito antes pelo contrário. Com o desenvolvimento desta indústria, os videojogos assemelham-se cada vez mais à realidade e, enquanto nesta primeira edição era claramente perceptível o facto de não ser real, nos videojogos mais recentes há uma semelhança tal com a realidade que pode criar muita confusão nas crianças.
Por fim, resta-me colocar-vos uma questão. Consideram que toda a responsabilidade deve recair sobre os encarregados de educação ou que, com todo este desenvolvimento tecnológico, trata-se de uma questão sem fim à vista?

Ana Narciso

4 comentários:

  1. Gostei do teu post, Ana. Sinceramente, acho que os encarregados de educação devem controlar algumas coisas (não tudo, porque também se deve dar espaço às crianças). Contudo, há situações que os pais devem ter em atenção e, actualmente, penso que existe muita liberdade para as crianças, que até já têm Facebook e os pais nem sabem quais os jogos que participam.

    Quanto à tua prestação ontem: muito boa, muito dinâmica, sabes comunicar e acho que todos gostaram bastante! Parabéns

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  2. Prezados colegas, professora e Ana!
    Primeiro parabenizar pelo ótimo trabalho apresentado sobre vídeo Jogos! Gostei demais dos objetos significativos que levou para ilustrar ainda mais seu trabalho! Muito Criativa sua apresentação!
    No mais, quanto a sua publicação e questionamento no blog, penso que os videojogos na vida das crianças e jovens, a questão da violência deve salientada a importância social desempenhada pelas regras do jogo, uma vez que levam os jogadores a terem de cumprir regras, como a vida real. Embora exista conflito e competição, acredito que os videojogos constituem uma forma "segura" dos jovens experimentarem a realidade, e por outro uma válvula de escape da própria realidade. Mesmo assim, é dificil os pais serem onipresentes com os filhos, ainda mais no meio digital, universo quase incontrolado e amplo...acredito que um meio para selecionar jogos interativos, e com critérios de exposição de violência (de forma moderada, se assim podemos dizer...com indicação etária)é a existência de fiscalização e regulamentações com regras para fabricação de video jogos para o público juvenil. Talvez seja um dos passos e significativo filtro para minimizar o impacto psicológico que esses jogos exercem em alguns jovens.
    No mais até o próximo!
    Att.
    Vanessa Luísa

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  3. Caros colegas Vanessa e Eduardo,

    Muito obrigada pelos comentários. Fico muito contente por terem gostado da minha apresentação e, mais importante, que a tenham compreendido. Eduardo, também acho que hoje em dia é um pouco mais difícil ter-se controlo sobre as crianças. Realmente no facebook pode fazer-se muita coisa e é difícil para os pais vigiarem tudo.
    Vanessa, concordo contigo. Os videojogos, quando adaptados à idade e utilização moderada, servem como meio educativo de valor. Porém, ainda falta estudar mais a questão de um filtro, como disseste.

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  4. Cara Ana, outro post com excelente qualidade. Bem, eu sou daquele tipo de "gamer" que sempre teve o lema "Games don't make me violent, stupid people do". Para quem leva os jogos a serio, cada vez mais, este, se torna verdadeiro. Sinceramente não see se vem dos encarregados de educação, mas sim do meio onde eles vivem, eu e todos os meus colegas jogamos GTA desde 1999 e não somos assassinos ou ladrões, alias antes do GTA jogávamos "Resident Evil" isto em 1996 e não foi por isso que nos tornamos maus.
    Mas uma coisa é certa, concordo que deveria haver grande controlo por parte dos encarregados de educação, mas para isso teria que haver uma evolução na sociedade, no que respeita à ignorância dos "jogos".

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