domingo, 28 de outubro de 2012

Ciberjornalismo - Um "furo furado"

O tema que vos trago aqui hoje é o Ciberjornalismo.
Decidi escolher este tema, porque faço parte de uma equipa que contribui diariamente para um site de televisão (www.atelevisao.com), que recebe mais de 45 mil visualizações por dia. Sou essencialmente redator de notícias e cronista. Fazer parte do "A Televisão" implica sobretudo sermos pro-activos, dinâmicos, responsáveis e criativos. Este site tem vindo a crescer progressivamente e cada vez mais somos referência a nível nacional e internacional não só para desconhecidos, assim como para famosos que nos procuram e partilham os nossos artigos nas redes sociais, o que nos traz milhares de visualizações. Por exemplo, na semana passada, 25 de outubro, fomos destaque no programa «Edição da Manhã», na SIC Notícias:


No entanto, nem tudo é assim tão "giro" e cor-de-rosa como se pensa. Nem sempre é fácil pertencer a um site que necessita de estar constantemente atualizado, caso contrário começa a perder público e credibilidade. Nem sempre é fácil uma equipa estar completamente em sintonia, porque um dia o Zé vai ter de estar ausente, a Joana falhou na sua crónica, o Miguel esqueceu-se de fazer a notícia que tinha agendado. Nem sempre é fácil gerir comentários menos positivos dos leitores, após um dia intenso de trabalho. Podemos considerar que a maioria dos blogues e sites que vemos por essa internet fora, muitos deles acabam por perder visibilidade, porque esquecem-se do mais importante: atualização! Um sítio da internet que passe mais do que 2/3 dias sem nada de novo, está condenado à "morte".
O exemplo que trago então aqui é o seguinte: recentemente publicámos a notícia de que José Fragoso, diretor geral da TVI, poderia estar de saída da TVI. A informação foi-nos dada por uma fonte fidedigna da estação, mas existe sempre a possibilidade de não se vir a confirmar, certo? E o que aconteceu é que recebemos de imediato este comentário de um leitor: «Mais um suposto furo furado do aTV?». O que ele quis dizer com isto é que supostamente tínhamos publicado "mais uma notícia que poderá não ser verdade"! E a resposta que recebeu da nossa parte foi bem clara: tudo pode ser um "furo furado" na imprensa. Quantas vezes saem informações que depois não se confirmam? São mais as especulações que as verdades. Se se não noticiasse o que "se ouve", não haveria imprensa em Portugal (e por esse mundo fora). E, como tal, este site sobre televisão sobrevive da imprensa e do que se "ouve" por aí.
Outro assunto relacionado com ciberjornalismo, que achei interessante partilhar aqui: é cada vez mais normal (e natural) que os leitores/utilizadores corrijam e deem sugestões aos sites de informação. Seja no Diário de Notícias, no Correio da Manhã, no Record, ou noutro meio qualquer... há sempre um comentário a avisar «está um erro ali naquela palavra», «falta uma vírgula ali», «aquela data está errada» e por aí fora. Herrar é umano e, como tal, os leitores são muito importantes para a qualidade das notícias. Aliás, sem eles não somos nada.
Um cuidado muito importante ao criarmos notícias: temos que ter sempre atenção em colocar as fontes. Colocar sempre as fontes! Se publicamos um artigo da TV Guia, então no texto citamos: «Conforme referido na TV Guia...». Recordo-me que, recentemente, um colega meu esqueceu-se de colocar a fonte e minutos a seguir, um jornalista da revista avisou-lhe: «Colocar notícias sem fazer referência à fonte é feio e dá processo!».
E pronto, para terminar - para praticar um bom ciberjornalismo hoje em dia, é necessário estar sempre em "cima" do acontecimento, ter o "prazer" de publicar as notícias primeiro que a concorrência, interagir com as pessoas nas redes sociais, ser maduro o suficiente para não responder agressivamente a comentários dos leitores, ter uma boa interação com os membros da equipa, possuir algumas noções básicas de marketing e publicidade, colocar sempre as chamadas tag's (keywords/palavras-chave) nas notícias para obter mais visitas, incentivar à interatividade e, essencialmente, ter algumas noções de... Media Digitais! =)
Posto isto, coloquem as vossas dúvidas/questões/opiniões/críticas/sugestões, que irei responder certamente!
Eduardo Lopes

7 comentários:

  1. Prezado Eduardo Lopes e demais colegas!
    Boa noite!
    Eduardo, gostei muito do seu texto, flui com facilidade e espontaneidade, nos convidado a uma leitura agradável. Não é a toa que você faz parte da equipa: "A Televisão". Achei interessante que você apresentou um pouquinho dos "bastidores" de trabalhar nesta equipa, mostrando que nem tudo são flores e que a política da boa convivência e estar sintonizado com o mundo é fundamental para que a atualização e acessos ocorram de forma efetiva! :)
    Esse espaço que você trabalha, só é mais dos vários exemplos de que a noite, durante o dia ou em qualquer hora a internet é atualmente um instrumento utilizado por milhões de pessoas em todo mundo, para os estudos, trabalhos cotidianos ou como instrumento de lazer. Nessa galáxia da rede, percebemos que além de receptor somos de certa forma emissores, pois como o próprio Eduardo relatou, muitos leitores atenados ou não, questionam a fidedgnidade da informação postada, como o exemplo dado "atelevisão". Concordo que quem trabalha com cibejornalismo tem que ser multifacetado, pois como diz o Eduardo: nem sempre o Zé estará presente. Portanto, deve ser importante saber editar video, audio,saber escrever e combinar todos esses conteúdos, portanto, isso implica novas rotinas de produção e conhecimentos...estou "serta" Eduardo? Agora, fiquei com uma dúvida! Quais diferença impactantes entre jornalismo online e webjornalismo?
    Durmo com essa incógnita para discutirmos juntos...
    Grande abraço e boa noite!
    Atenciosamente
    Vanessa Luísa

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  2. Colegas!
    Como faço para corrigir meu comentário anterior? Percebi que engoli algumas vogais e esqueci de algumas palavras... ;(...se não for possível, desculpe!
    Grande abraço!
    Atenciosamente
    Vanessa Luísa

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  3. Boa tarde Eduardo e colegas,

    Antes de mais, gostaria de felicitar o teu trabalho, assim como de toda a equipa. Como tirei a minha licenciatura em Ciências da Comunicação, parte da minha formação assenta nessa tal criação de textos mediáticos (virtuais ou não), o que faz com que perceba onde queres chegar com este texto. De facto não é fácil gerir uma equipa de trabalho, sobretudo nesta área. A responsabilidade é muita e o tempo despendido para procurar boas notícias também (concordo a cem por cento quando dizes que é necessária uma constante atualização).
    Como este trabalho que desenvolves é público e fácil de chegar a todas as pessoas, a possibilidade de receberes críticas é maior e as hipóteses de errares menores. É preciso um grande controlo sobre nós próprios para não “explodirmos” em certas situações, compreendo.
    Quanto à notícia de José Fragoso, a expressão utilizada “poderia estar de saída” admite de imediato apenas uma possibilidade e não uma certeza. Daí achar o comentário do leitor despropositado, e que demonstra uma certa falta de compreensão dos textos.

    Para concluir, achei o teu texto interessante. Vê-se que gostas do que fazes e que o fazes com um grande empenho. É muito agradável perceber que, com projetos desde género, aumentamos o nosso conhecimento em muitas áreas distintas. A título de curiosidade, o tema do programa Prós e Contras desta semana (dia 29/10) foi sobre o Jornalismo e o Futuro. Falou-se sobre o ciberjornalismo e há uma certa ligação com o teu texto. Fica o endereço eletrónico: http://www.rtp.pt/icmblogs/rtp/pros-contras/

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  4. Obrigado mesmo pelos vossos comentários, Vanessa e Ana Narciso.
    Vanessa, relativamente à tua questão sobre a diferença entre Jornalismo Online e Webjornalismo.
    Eu penso que trabalhar num computador para gerar conteúdos/notícias/artigos é um exemplo da prática de Webjornalismo. Já o termo "Online" leva-nos à ideia de conexão em tempo real, mas nem tudo o que é digital é online. Contudo, não creio que existam grandes diferenças.
    Mais uma vez, obrigado pela tua opinião :)

    Ana Narciso, obrigado também pelo que escreveste. Vou ver então esse programa do «Prós e Contras».

    Qualquer dúvida/pergunta/opinião que tenham, já sabem :P


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  5. Boa noite caros colegas
    Achei muito interessante este post, e acho muito interessante este tema. O ciberjornalismo ainda é uma "criança" em relação aos outros meios, e como tal, ainda peca na confiança dos leitores. Isto é, é preciso ter algum tempo de casa para que possa dar credibilidade aos conteúdos que estes produzem.


    Somos constante bombardeados com informações falsas que quando nos confrontamos com uma verdadeira , é difícil acreditar nela.

    Relativamente ao site aTV, já deu provas que é uma fonte de informação credível. Existe porem, leitores que ao mínimo erro, têm o "prazer" de deitar abaixo todo o trabalho feito.
    Cumprimentos
    Celso Madeira

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  6. Boa tarde a todos,

    Muito interessante o post do Eduardo.. é sempre bom ouvir quem trabalha nos bastidores dos meios de comunicação o que, para muitos de nós, é um mundo diferente e à parte.
    Nos tempos que correm com as dificuldades que assolam todos os pontos da sociedade, os media não são exceção e as redes digitais vão tomando o lugar dos meios tradicionais de divulgação de informação. Mas, para mim que não sou muito tradicionalista, seja qual for o meio de transmissão, o que é realmente importante é que toda a informação divulgada seja verdadeira, isenta e rigorosa. É assim também muito importante filtrar tudo o que nos chega.
    É importante também que se trabalhe arduamente para manter o receptor da noticia bem informado, independentemente da reação que este tenha. Aliás, toda a reação do público é um bom sinal, pois mostra a relação que o meio tem com o público, que hoje em dia tem um papel bem diferente de antigamente, já que é muitas vezes também uma espécie de jornalista. Podemos dizer que todos somos público e todos somos um pouco jornalistas já que todos participamos na construção da informação...

    Cumprimentos
    Cristina Apolónia

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