segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Como era o vosso primeiro telemóvel?



Hoje em dia as funcionalidades e aplicações de um dispositivo inicialmente concebido para fazer chamadas telefónicas são quase infinitas. Os telemóveis tornaram-se verdadeiros computadores de bolso. Os princípios, esses, permanecem os mesmos: manter-se em contacto em qualquer ponto do globo, ou seja, conexão e mobilidade.
Desde o início da sua popularização, nos anos 90, estes aparelhos foram marcados por uma evolução vertiginosa e hoje, acrescentamos-lhe a facilidade de consumo, produção e distribuição de informação. Com a crescente capacidade de armazenamento de informação e convergência de conteúdos nestes aparelhos, os telemóveis tornaram-se verdadeiros controlos remotos para a nossa gestão do quotidiano e, para muitos de nós, a existência sem estes torna-se inconcebível.
Ao longo dos últimos anos, muitas foram as vozes que preconizaram, com o boom das novas tecnologias, o definhar das relações interpessoais e a da experiência física e local. Ora, permitindo uma mobilidade cada vez maior, os dispositivos móveis têm vindo a ser alimentados por um espírito de partilha de experiências, de informação e de sentidos de lugar por parte dos utilizadores. E esta dimensão de partilha não é necessária e exclusivamente virtual, mas mista. O que significa uma possibilidade maior de aproximação e relacionamento não só interpessoal, mas também, local.
Não pretendo ser uma acérrima defensora destas tecnologias móveis, mas há que reconhecer que estes novos meios móveis trouxeram consigo um redimensionamento da experiência e níveis de interacção nunca antes vistos. Consideremos, por exemplo, um pouco por todo o mundo, as várias manifestações e as suas consequências a nível político, desde a Primavera Árabe. A grande maioria teve origem nas redes sociais e foi alimentada via dispositivos móveis, tanto em termos de convocação, como de acompanhamento e partilha de informação.
Radicais por definição, os artistas cedo se aperceberam das potencialidades destes dispositivos e não faltam hoje propostas que utilizam dispositivos móveis para fins artísticos, muitos deles desafiando toda uma lógica de vigilância associada a um equipamento que permite saber a nossa localização exacta.
Deixo-vos dois projectos que corporizam estas ideias, na medida em que se constituem como práticas interactivas, apenas possíveis através da activação pelos utilizadores e mediante a sua localização geográfica, que misturam mundo real e virtual e que implicam uma colaboração e partilha de experiências e locais.







Quando recebi o meu primeiro telemóvel - um Siemens C25, ou outro "tijolo" que o valha -, estava longe de imaginar que em menos de 15 anos seria comum ter uma biblioteca multimédia, um sistema de GPS, redes sociais, um sem número de aplicações para os mais diversos fins, tudo num telemóvel. Hoje misturamos mundo físico e virtual com aparelhos que nos cabem na palma da mão e viajamos com bagagem virtual.


E vocês? ainda se lembram do vosso primeiro telemóvel? :)

1 comentário:

  1. Colega Luísa,

    Antes de mais gostaria de congratular o teu trabalho. Com ele podemos ter ainda mais noção da rapidez com que se desenvolvem as tecnologias.
    Aqui no post, achei interessante quando dizes que viajamos com bagagem virtual. Nada melhor para explicar a quantidade de informação que está sempre connosco e que levamos para todo o lado. Prova disso, é quando perdemos (ou achamos que perdemos) o telemóvel. Uma espécie de sensação de medo e invasão de propriedade apodera-se de nós… Impressionante. O meu primeiro telemóvel foi um Sony Ericsson roxo, bem bonito mas claro está, não se igualava em nada a um computador de bolso.

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